As energias renováveis, principalmente a eólica e a solar, mostram sinais de que não estão apenas se tornando fontes convencionais de eletricidade, mas ganhando a preferência dos consumidores, segundo o estudo Global Renewable Energy Trends, realizado pela Deloitte.
Essas energias atendem, em diferentes graus, às principais demandas de por exemplo cidades, comunidades, governos, mercados emergentes e empresas, por serem cada vez mais acessíveis em termos de custo e de confiabilidade, além de contribuírem para responder aos desafios da sustentabilidade, como a redução de emissões de carbono. “O estudo mostra que há uma preocupação cada vez maior com a questão do clima e um maior questionamento sobre qual é a origem da energia”, afirma Guilherme Lockmann, líder do setor de Power & Utilities da Deloitte.
A pesquisa identifica três fatores-chave que permitem esse novo cenário das energias renováveis:
1. Maior paridade de rede;
2. Integração economicamente viável e confiável com as redes de distribuição;
3. Inovação tecnológica.
Assim, juntos, esses fatores têm feito com que as energias renováveis se mostrem competitivas no preço e na performance. São duas tendências que seguem fortes. Antes vistas com desconfiança, hoje as energias renováveis são entendidas como capazes de fortalecer a matriz energética.
Em um panorama de crescente escolha pelas energias renováveis, destaca-se o papel das novas e inovadoras tecnologias, tanto pelo lado da performance como de custo. Alguns exemplos de ferramentas que têm sido aplicadas nessa área incluem automação, inteligência artificial e blockchain, assim como novos materiais e processos produtivos.
Essas tecnologias trazem melhorias como por exemplo mais precisão na previsão do tempo, a melhor integração com a rede distribuidora, transparência em produtos como créditos na comercialização e eficiência na geração de energia.
Outros fatores apontados pelo estudo como facilitadores do crescimento das energias renováveis incluem por exemplo a importância delas nas estratégias e planejamento das cidades inteligentes e a atenção que elas têm despertado em mercados e países emergentes como uma opção para melhor suprir suas demandas por energia.
Também conta o envolvimento maior das empresas nas questões que envolvem a geração e distribuição de energia. Essas frentes são vistas tanto como oportunidades quanto como formas de atender necessidades de obter energia. Além disso, esse tipo de energia ajuda as corporações a alcançarem suas metas de sustentabilidade e de redução de emissões de carbono.
De acordo com Lockmann, esse cenário de renováveis se alinha com três pilares do futuro da energia no mundo:
O primeiro pilar refere-se à possibilidade de o consumidor escolher de quem e como comprar energia, inclusive como cogerador. O segundo trata das já citadas tecnologias. E o terceiro refere-se à preocupação de reduzir suas emissões de carbono. Isso, especialmente de países muito dependentes de energia de origem fóssil.
No Brasil, onde a matriz energética é composta principalmente pela hídrica, a descarbonização é uma questão menos relevante, afirma Lockmann. “Em seu lugar, entra a diversificação de fontes, justamente para garantir a segurança energética, por exemplo, em períodos prolongados de seca.”
Segundo informações de Valor